quinta-feira, 31 de julho de 2014

Meditando pela tua vida

Meditando entrei na vida e sai dela intacto. Senti que existiam dedos que me doíam e costas molestadas pelo caminho ardoso. Havia um formigueiro constante em mim... nos meus braços, nos meus maxilares e demais articulações. Formigueiro que me acompanhava fiel e constante no meu quotidiano e eu fingindo desconhece-lo.

Deixei-me estar. Lesto. Pensei mas recusei-me a fazê-lo. Existi.
Crença popular que afirma o "meditando na vida" como se modo de pensar fosse. Meditando não concluí nada. Existe em si.

Apenas sei e saberei que um persistente respirar ocupa o meu ser, ar entra e saí de meu corpo por mais ideias que tente agarrar. Entra e saí. Ignorando meu querer ou reconhecer.

Libertei-me, pois, desse feroz tumulto que é pensar. Controlei minha mente e contentei-me (fui feliz até!) a existir.


Quem se conhece se reconhece no mundo.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pomba branca, minha amiga.

Há uma pomba de asa quebrada nossa amiga. Quebrou de espírito e de humor. Nem sabemos bem como ocupa os dias uma ave sem ter onde planar.

Aconselhei-me um dia com essa pomba. Tem penas brancas e macias como todos nós e lembra-se de como se sentia a voar. E as suas palavras roucas deram-me alento.

- Para onde voas tu sem ver ponto de poiso? Fica. Permanece. Não consumas ar nem comida. Aqui há sol todo o ano para nos banhar. É aqui que podes voar.

Crédulo ou incrédulo é um estado de espírito. Dar o benefício ou saltar de um precipício. Todos temos uma pomba branca de asa quebrada a quem escutar.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Exaustão

Exaustão: Desgaste desnecessário de uma propriedade ou característica humana.

(material ou animal não, a esse chama-se quebra ou desilusão)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O teu no compasso do meu

Naquele momento. Exacto. Em que na tua alma se fez silêncio. Ouviu-se o meu coração bater junto do teu. Calmo. Ansiosa. No seu equilibrado compasso. Junto do teu. Sincronizando-se. Para nunca mais se apartarem nem ... No silêncio da minha alma.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

A necessidade

Recentemente, um escritor novo e desapaixonado disse-me que existiam escritores que precisavam de escrever. Era uma necessidade. Pura e simples, como uma comichão que não nos satisfaz enquanto provocar o arrancar de uma crosta. Necessidade não satisfeita que cria desconforto desconfortável. E são as saudades de escrever ou inventar que nos assomam a alma que nos faz ter quase a certeza que temos um escritor, bom ou mau, a viver dentro de nós. Qual monge solitário que pode não convencer a gruta a abrir-se ao mundo exterior.

Qual é o teu nome, donzela?

A regra para o bom-senso e boa convivência é tratar qual cada pelo seu nome. - Qual é o teu nome, donzela? Gostava de associar esse conjunto de letras únicas à descoberta da pessoa que és. Trata cada qual com respeito e individualidade. Conhece o seu carácter, a sua fé e moldagem pessoal. Sabe que não trocas um gémeo pelo outro e que a ambos conheces pelo seu dualismo. Trata um idoso pela sua vida única e ao empregado de café pergunta pela sua vida. Porque também tu, donzela, carregas uma vida dentro do teu nome de heroína.