Ela era antiga até na memória dos outros. Era daquelas pessoas que sempre existira. E tomavam-na por certa.
Era a dos postais, a das prendas boas.
Um dia a sua vida desprendeu-se da terrena, com aquelas injustiças que só ocorrem aos justos.
Ficaram-lhe as suas palavras, os seus gestos de amor, a sua presença segura mesmo na sua ausência eterna.
Olha-se para o frigorífico, vê-se a sua letra que mudava a todos os anos como a dos adolescentes e sente-se a falta aguda das suas incoerências, da sua existência teatral e plena, mulher do século passado.
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