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“Belonging” é um título perfeito para este livro (mais
apropriado que a versão portuguesa “Lila e o Jogo de Deus”). É um livro que nos
cativa do primeiro ao último fôlego e eu não era cativada assim há muito tempo.
É belo, curioso e raro.
Ainda que seja uma obra de ficção tem uma relação profunda
com a história da época e deita um olhar próximo na evolução da relação entre Inglaterra
e Índia desde meados do século XIX até ao final da 1ª Guerra Mundial.
A estória é contada a 3 vozes que representam 3 geração de
uma mesma família, cujos relatos são feitos de diferente forma e se intercalam
sequencialmente. Estas três personagens são densas e tive empatia com as três.
Lila, a neta, relata a sua estória desde que testemunha o suicídio
de seu pai, Henry. Henry, por sua vez, expressa-se até de palavras num diário
desde que é jovem. Ouvimos Cecily, a mãe de Henry, através de cartas à sua irmã
gémea, Mina.
É uma estória sobre história, tolerância e confiança, mas
que também fala de amor, esperança e relacionamentos.
Há vozes que rezamos para que se tenham silenciado apenas
momentaneamente e, apesar de já sabermos quase o desfecho, enganemo-nos. Há
tantos detalhes e presentes deixados pela escritora.