segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O poder contagiante

A alegria e motivação alheias são contagiantes. A boa disposição, os sorrisos também.
Contagiantes também são os sentimentos negativos, a tristeza, a desmotivação, a refilice e a cara fechada. São, dependendo da pessoa que os sente e da(s) pessoa(s) que os ressente(m).
O meu conselho, e que bom é, com o simples intuito de que não sejam corridos riscos, trazer sempre connosco na vida as pessoas do primeiro tipo (ou que se esforçam pela inclusão do optimismo na vida) e que sejamos também assim. Um sorriso puxa outro e com pequenos esgares de felicidade trazemos um mundo de alegria no coração.
A todos um bom Natal.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Prendas

1. Como saber se alguém adorou uma prenda:
  • Sorriu?
  • Rodou nas mãos, olhando-a de vários ângulos?
  • Experimentou-a?
  • Sem se mencionar mais a presença do objeto, pegou-lhe no dia seguinte a tentar inclui-lo no seu dia?
Se respondeu sim à maioria destas perguntas, tem um presente bem desenhado.







quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Ana, a louca

Ana era louca. Ana, a louca.
Ana vivia noutra dimensão e não esta, jamais esta. Já não esta. Optara assim, quando ainda a mente a deixava optar. Quando se esqueceu desta dimensão, já não podia escolher nada. Ou o que entendemos por escolher.

Ana, a louca, era a mulher do coronel. Casara-se jovem, como quem bem casado pela igreja o faz. Casara-se quando não sabia o que era um homem, ainda que agora lhe tenha retornado essa ignorância.

Esquecer. Esquecer. Quiçá o que a tornara louca era aquilo que escolhera não recordar. Quando as memórias se misturam, e se optam por esquecer umas, as que estão emaranhadas também se podem sumir. Ana, a louca, esqueceu demasiadas memórias emaranhadas em outras até se esquecer de si. A loucura consumiu-a, deixando-a só louca. Nem mulher de coronel, nem outro tipo de mulher, só a louca, como se outro adjectivo de si se desprendesse. Ana, a louca, fica só também.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

"Impossível é não viver"

"Se te quiserem convencer de que é impossível, diz-lhes que impossível é ficares calado, impossível é não teres voz. Temos direito a viver. Acreditamos nessa certeza com todas as forças do nosso corpo e, mais ainda, com todas as forças da nossa vontade. Viver é um verbo enorme, longo. Acreditamos em todo o seu tamanho, não prescindimos de um único passo do seu/nosso caminho.

Sabemos bem que é inútil resmungar contra o ecrã do telejornal. O vidro não responde. Por isso, temos outros planos. Temos voz, tantas vozes; temos rosto, tantos rostos. As ruas hão-de receber-nos, serão pequenas para nós. Sabemos formar marés, correntes. Sabemos também que nunca nos foi oferecido nada. Cada conquista foi ganha milímetro a milímetro. Antes de estar à vista de toda a gente, prática e concreta, era sempre impossível, mas viver é acreditar. Temos direito à esperança. Esta vida pertence-nos.

Além disso, é magnífico estragar a festa aos poderosos. É divertido, saudável, faz bem à pele. Quando eles pensam que já nos distribuíram um lugar, que já está tudo decidido, que nos compraram com falinhas mansas e autocolantes, mostramos-lhes que sabemos gritar. Envergonhamo-los como as crianças de cinco anos envergonham os pais na fila do supermercado. Com a diferença grande de não sermos crianças de cinco anos e com a diferença imensa de eles não serem nossos pais porque os nossos pais, há quase quatro décadas atrás, tiveram de livrar-se dos pais deles. Ou, pelo menos, tentaram.

O único impossível é o que julgarmos que não somos capazes de construir. Temos mãos e um número sem fim de habilidades que podemos fazer com elas. Nenhum desses truques é deixá-las cair ao longo do corpo, guardá-las nos bolsos, estendê-las à caridade. Por isso, não vamos pedir, vamos exigir. Havemos de repetir as vezes que forem necessárias: temos direito a viver. Nunca duvidámos de que somos muito maiores do que o nosso currículo, o nosso tempo não é um contrato a prazo, não há recibos verdes capazes de contabilizar aquilo que valemos.

Vida, se nos estás a ouvir, sabe que caminhamos na tua direcção. A nossa liberdade cresce ao acreditarmos e nós crescemos com ela e tu, vida, cresces também. Se te quiserem convencer, vida, de que é impossível, diz-lhe que vamos todos em teu resgate, faremos o que for preciso e diz-lhes que impossível é negarem-te, camuflarem-te com números, diz-lhes que impossível é não teres voz."

José Luís Peixoto, in 'Abraço' 

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Bem-vindo!

Meu querido, espero que a viagem das estrelas até nós tenha sido mágica. A tua vinda é sem dúvida mágica e quero ver-te crescer e fazer traquinices.

um beijinho, até já e bem-vindo!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Suspiro desperdiçado

Se uma pessoa, neste confusão cosmopolita, desaparecer os transeuntes aperceber-se-ão? Pararão ou será mais um suspiro desperdiçado?
Não sei onde iremos nesta azáfama. Quem aqui quer estar, não existe realmente. Tudo fumaça que desaparece na brisa intensa. Tal qual a mosca que roda a mesma matéria desintegrada, nós rodamos num ciclo alucinante.
Aquilo que nos pedem para compreender, nós compreendemos e aceitamos, mas ficamos quase desaparecidos como se de nossas necessidades ninguém cuidasse tão atentos estamos às dos restantes. Altruísmo de nome e coração, mas puro apenas quando praticado por todos.
Será que se aperceberão que nossa voz se torna mais rouca e irregular? Que um dia se cala. Memória ou menos que memória, não existiu enfim.Suspiro desperdiçado.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O idiota

Sinto-me um gerador de ideias. Por mais que me distraia, acabo a pensar numa ideia qualquer de negócio, de ambiente, de estória. E é um mal que tem agravado.

Quanto mais rodeado de criatividade ou mais liberdade te dás a ti próprio, mais crias.. e recrias. 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Pegar nas malas e partir

É simples, pega-se nas malas e segue-se caminhando. Quando o coração nos guia noutro sítio e bebemos e comemos de outro manjar, temos de caminhar. E fazemo-lo de forma simples e intuitiva como um bebé a caminhar, um passo e outro depois. Respiramos fundo, porque recentemente aprendemos a respirar fundo, e seguimos.
É simples, pega-se na mala e segue-se caminhando.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

domingo, 5 de outubro de 2014

Quando me distraio

Dizem que existem estados de satisfação profunda em que nos abstraímos de tudo e estamos absolutamente concentrados em algo, é aquilo que deixamos simplesmente "fluir" (Mihaly Csikszentmihalyi). Nem sempre deixamos é esta evidência passar para a nossa consciência.

(recomendo verem esta TED, em que "Mihaly Czikszentmihalyi asks,""What makes a life worth living?" Noting that money cannot make us happy, he looks to those who find pleasure and lasting satisfaction in activities that bring about a state of "flow"".)

Hoje distraí-me escrevendo, como me acontece sempre permito ou arranjo tempo. Percebi também que busco constantentemente a ciência da vida. Como gosto de pessoas e de animais e de povoar uma janela pequenina com pequenas plantas. Os prazeres maiores fluem de forma simples, com a janela aberta e o som dos passarinhos que entra com o frio de um inverno que está a chegar.




sexta-feira, 26 de setembro de 2014

My gardeners

"Let us be grateful to people who make us happy; they are the charming gardeners who make our souls blossom." - Marcel Proust


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Capítulos.

Abrir novo capítulo é como iniciar nova vida. Tem-se o entusiasmo do começo, o aceleramento do intercalado e a incerteza do fim. Apaga-se a memória passada a não ser que dê contexto à atual e segue-se. Vive-se no momento e para o momento, esperando a sabedoria do planeamento, para que mais capítulos se possam seguir.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

He for She

If not me, Who?
If not now, When?

E assim, nasce a motivação (ou é descoberta).





Assim, tod@s: http://www.heforshe.org/

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Era

Era nova quando aqui fiquei, só, pela primeira vez. Nova de desábito, de rebeldia, de desconfiança. E depois tornou-se hábito, costume, maneira de jeito repetido sem fim. E tornou-se um enfim suspirado bem de fundo da barriga como quem não expressa o que diz.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O nada que diz tudo

O nada que diz tudo é ele próprio tão cheio de vazio que arde. Consome o tudo e metaforiza-o. Torna o silêncio em mandamento e a felicidade em efemeridade. Quando não se suporta mais a dor, replicamos a ausência de palavras como se de nada se tratasse.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

As encruzilhadas

A minha vida, a tua vida e as vidas que se tocam (ou não) são sempre encruzilhadas. Nunca sabemos que porta se fecha e qual se abre. Que porta bate suave ou abruptamente, ou mesmo quando e se o chão se vai abrir para nos engolir ou repelir. E pode ou não existir medo ou coragem, ou ambos. O resumo de tudo, da vida, é que não adianta sentar a esperar, nada nos caí em cima sem avisar. Começa-se a ouvir o rumor do vento e as palavras soltas de outros tempos. A vida constrói-se em pedaços e não de uma assentada. E, como real conclusão, sabemos já a lição, continuar sempre a caminhar porque o caminho segue sempre à frente de nossos olhos e nada devemos ao tempo para nada dele produzirmos.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A(s) Dificuldade(s)



A dificuldade existe dentro de nós e talvez algo mais, a impossibilidade... Há caminhos que sempre soubemos ser impossíveis e por mais que tentemos são impossíveis de seguir. Claro que existem e, existirão sempre alternativas aos mesmos, mas só não serão aquele. A dificuldade existe para ser ultrapassada ou superada. Mas existe. E a impossibilidade também.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Espirro


Um espirro por dia, não sabe o bem que lhe faria. Há dos de alergia e de constipações, é melhor que qualquer outra remediação. Olhos fechados, barriga encolhida, espirra-se pela vida! Há as necessárias contorções e demais gripações, mas esse espirro de prazer singular que afasta o mal. É pelos hipocondríacos e mal-intencionados que teimamos doentes. Alérgicos. De pessoas, animais ou demais.


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Capitão

Toda a vida tem capitão, quer queiramos ou não. Resta saber se o conhecimento é poder, se o capitão estudou a lição.

Este capitão conduz na dureza das tempestades. Na calmaria e sob o olhar desolador do horizonte sem fim, ele motiva. Sabe rir, divertir-se e ser gente igual à gente que conduz. Quiçá ele próprio é uma extensão do corpo do barco e sua tripulação. Quiçá se conduz a ele mesmo na vastidão do mar de sargaços. Quiçá é capitão ou tripulação, gente ou bichente.

Um capitão uma vez me disse que verdadeiro capitão é aquele que lidera a própria vida.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Idiota

Eu quero ser um(a) idiota, gerador(a) constante de ideias, sem necessidade de recorrer a qualquer forma de energia externa...


sábado, 2 de agosto de 2014

4 pessoas sentadas

Quatro pessoas sentam-se numa mesa quadrada. Conhecem-se duas a duas. Um par melhor que o outro. O outro mais síncrono que o primeiro. De relações quadradas e angulosas, tentam seguir um rumo de conversa. Não o seguem, mas as ideias parecem transbordar mais assim. Por palavras sonham e se expressam. Entendem-se. E seguem conversando, conhecendo-se e idealizando algo.

Uma ideia quando é dita por palavras já existe? Ou molda-se apresadamente pelo desenrolar da língua até que se confronta e desenvolve com as contribuições alheias?

Como vier, como veio, como foi desenhado ou como será.. uma ideia bela é um bonito quebra-cabeças de possibilidades. Estes boêmios de tempos modernos comendo hamburguers gourmet e ceando com chá. Quatro pessoas sentam-se numa mesa quadrada...

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Meditando pela tua vida

Meditando entrei na vida e sai dela intacto. Senti que existiam dedos que me doíam e costas molestadas pelo caminho ardoso. Havia um formigueiro constante em mim... nos meus braços, nos meus maxilares e demais articulações. Formigueiro que me acompanhava fiel e constante no meu quotidiano e eu fingindo desconhece-lo.

Deixei-me estar. Lesto. Pensei mas recusei-me a fazê-lo. Existi.
Crença popular que afirma o "meditando na vida" como se modo de pensar fosse. Meditando não concluí nada. Existe em si.

Apenas sei e saberei que um persistente respirar ocupa o meu ser, ar entra e saí de meu corpo por mais ideias que tente agarrar. Entra e saí. Ignorando meu querer ou reconhecer.

Libertei-me, pois, desse feroz tumulto que é pensar. Controlei minha mente e contentei-me (fui feliz até!) a existir.


Quem se conhece se reconhece no mundo.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pomba branca, minha amiga.

Há uma pomba de asa quebrada nossa amiga. Quebrou de espírito e de humor. Nem sabemos bem como ocupa os dias uma ave sem ter onde planar.

Aconselhei-me um dia com essa pomba. Tem penas brancas e macias como todos nós e lembra-se de como se sentia a voar. E as suas palavras roucas deram-me alento.

- Para onde voas tu sem ver ponto de poiso? Fica. Permanece. Não consumas ar nem comida. Aqui há sol todo o ano para nos banhar. É aqui que podes voar.

Crédulo ou incrédulo é um estado de espírito. Dar o benefício ou saltar de um precipício. Todos temos uma pomba branca de asa quebrada a quem escutar.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Exaustão

Exaustão: Desgaste desnecessário de uma propriedade ou característica humana.

(material ou animal não, a esse chama-se quebra ou desilusão)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O teu no compasso do meu

Naquele momento. Exacto. Em que na tua alma se fez silêncio. Ouviu-se o meu coração bater junto do teu. Calmo. Ansiosa. No seu equilibrado compasso. Junto do teu. Sincronizando-se. Para nunca mais se apartarem nem ... No silêncio da minha alma.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

A necessidade

Recentemente, um escritor novo e desapaixonado disse-me que existiam escritores que precisavam de escrever. Era uma necessidade. Pura e simples, como uma comichão que não nos satisfaz enquanto provocar o arrancar de uma crosta. Necessidade não satisfeita que cria desconforto desconfortável. E são as saudades de escrever ou inventar que nos assomam a alma que nos faz ter quase a certeza que temos um escritor, bom ou mau, a viver dentro de nós. Qual monge solitário que pode não convencer a gruta a abrir-se ao mundo exterior.

Qual é o teu nome, donzela?

A regra para o bom-senso e boa convivência é tratar qual cada pelo seu nome. - Qual é o teu nome, donzela? Gostava de associar esse conjunto de letras únicas à descoberta da pessoa que és. Trata cada qual com respeito e individualidade. Conhece o seu carácter, a sua fé e moldagem pessoal. Sabe que não trocas um gémeo pelo outro e que a ambos conheces pelo seu dualismo. Trata um idoso pela sua vida única e ao empregado de café pergunta pela sua vida. Porque também tu, donzela, carregas uma vida dentro do teu nome de heroína.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Rebolar

Ora quando pensei em rebolar lembrei-me de três conceitos e histórias que se completam em sentido. 

A Dona Constança é uma senhora gorda. Anafada, inchada ou de cara bolachuda, como os mais simpáticos elogios a descrevem. Sua marcha é rebolenta, sendo que dá tempo para que cada peça da sua carne se movimente circularmente até achar novo local. Geralmente, são grandes as cambalhotas de seus músculos e, de forma tão regular que, a cada passada, um movimento inteiro se completa. Como se ela própria fosse uma parte unificadora de partes que rebolam.

Depois há o outro conceito do rebolar, nas palavras que tendem a não sair da boca. Diria que as mastigamos quando, no fundo, o que é mastigado é engolido ou regurgitado. Tudo o que rebola, tem vida própria e pode ou não querer atingir um fim. A bola não segue caminhando a direito, a bola revolve sob seu próprio eixo (propriedade sortuda dos esféricos) e avança no seu caminho, rebolando.

E lembrei-me do rebolar a rir e, em como as convulsões de uma gargalhada sincera nos fazem vibrar arritmadamente como um boneco em anaerobiose. Como daquela vez, na praia, em que as três fazíamos ginástica, ou inventávamos formas de o fazer. E heis se não quando, a minha mão escorrega, a minha cabeça encontra um joelho em vez de se manter no ar, e toda a estrutura se destrói. A foto para que posávamos fica, ela própria, a rebolar a rir, captando enfim algo que as outras câmaras por certo invejam, um momento rebolado de puro riso amizal. 

Assim, tal como as partes que a contêm e envolvem, a história retorna ao ponto de partida sem sentido. Sabe, contudo, que rebolando progride na vida, por vezes retornando ao mesmo local, mas sempre seguindo em frente. Onde quer que isso a leve.



[Escrito a propósito de uma palavra]

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Amigo R.

"Um amigo é um bem, 
Um tesouro que se tem.
São as luzes das estrelas
Que nos guiam mais além.
São momentos bons e maus,
Nesta estrada percorrida,
E digo mais, não vos trocava
Por nada desta vida."


Meu amigo, estrela que nos guia, um beijo de despedida.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

domingo, 11 de maio de 2014

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Esgalgar

Pudesse eu esgalgar-vos tudo o que me assoma a alma e deixaríeis de crer em mim. Deixai-me só acrescentar este ponto e que não vos tire o folgo.

domingo, 4 de maio de 2014

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Tremeliques

Quando num período de uma semana derrubo dois copos de café, sei que há um tremelique algures na minha vida. As mãos parecem não seguir o mesmo caminho que o da minhas mente. Era mesmo capaz de jurar que o copo não se encontrava no trajeto da minha mão. Assim como o telemóvel propositadamente falhou a beira do sofá onde o coloquei.
Estes tremeliques são uma antecipação de que outra coisa qualquer nos ocupa mais confortavelmente a mente. Esta causa sentou-se, instalou-se e desligou-nos da sensação de espaço que o nosso corpo ocupa. Será que engordei e a minha mente não tomou conta?
Fica aqui um alerta aos copos de café, sumo ou vinho da minha vida, não se intrometam no caminho dos meus membros desatentos. Estendo o mesmo também à comida que tende a cair do garfo antes de chegar à boca.

Por mim, sigo feliz, desatenta, sabendo que os meus pés me conduzem sempre para um caminho belo.


quarta-feira, 23 de abril de 2014

A variação.

A maioria da agitação deriva de nós. Mexemo-nos com tanta força que o ar à nossa volta se revolta e rodopia. Por vezes cola-nos os cabelos na frente dos olhos, doutras enche os nossos pulmões de ar fresco. Também nos pode fazer tropeçar e cair. Ou trazer impurezas para os nossos olhos. Há tantas destas coisas que nos podem fazer chorar...

A nossa agitação torna-nos leves, mutáveis e resistentes. Uma árvore fustigada pelo vento sustenta melhor o peso dos anos. Inclina, mas resiste. Flexibiliza, e torna-se bom conviva.

A maior agitação deriva de nós, mas a nossa calmaria, a nossa certeza do porto seguro também chega e é nossa. Por vezes temos de navegar em mares turbulentos e outras de nos sentar a ver a chuva passar do conforto da nossa janela. Agitando e revoltando a vida. Recusando a inércia e vivendo ferozmente sabendo-nos vivos.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Nas palavras que contém algo.

Quando escrevo coloco nas palavras algo de mim.

Não sei explicar como nascem as estórias ou, como as palavras se encaixam junto de outras para dotarem de sentido as frases. Sei, que surgem rápidas e deslizantes de meus dedos, que teclam furiosamente num computador. Tentam, em vão, acompanhar o ritmo do pensamento.

E ponho algo de mim, sem dúvida. Ponho muito de mim outras tantas vezes.

Doto as palavras de vida real e palpável, mas não as derivo de mim. Quero que tenham um pouco, ou muito, de quem as lê. Que se identifiquem com elas ou se arrepiem com a sua audacidade. Nunca palavras apaziguadoras, mas palavras vossas e minhas, para que o gosto de quem escreve ou de quem lê, seja o de todos.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Coisas que nos fazem sorrir.

Há formas e cores que me fazem sorrir.
Por mais tonto que possa parecer, há coisas infalíveis para um bom sorriso.
Cansados, com dor nos olhos ou nos joelhos, ainda assim, discretamente lá se forma e nos dota de boa disposição.

Depois há as pequenas coisas que nos trazem a saudade ao peito. Os cheiros são, sem dúvida, os mais inevitáveis. Quando estamos fora, mesmo e realmente longe, local e temporalmente, do que nos é familiar, é do cheiro e da cor de tudo que sentimos a falta. Até o sol nos prenda com uma luz diferente.

O meu conselho é que sigais a vida sorrindo e aproveitando todo e qualquer esboço do que te possa fazer feliz.

domingo, 30 de março de 2014

Escritor no feminino. Escritora.

Quando eu morrer, recordem-me assim, com garra e irreverência. Nunca uma ovelha no rebanho, nunca. E que as minhas palavras perdurem depois de mim, porque de atos e palavras podemos ser eternos.

Ver artigo.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Outro desafio

Há desafios que nos fazem sorrir. São normalmente colocados a nós mesmos e só nós os poderemos deslindar. Abraçarei este, especialmente porque me tomou anos a desvendar. Ensinaram-me que para nos dedicarmos de pés em cabeça precisamos de os anunciar. Confirmem, por favor, o meu público anúncio: Eu  vou começar, espero que ninguém me consiga parar. Especialmente eu própria, mas só a maturidade de anos de procura pode prometer boas aventuras, com tropeções e muita motivação à mistura. A Ti e mim. 


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Como me fazem sorrir


Crianças. Geradoras de simples sorrisos. Ora rodopiam numa sala cheia de pessoas impacientes, ou destroem mesas em restaurantes. Mas basta um sorriso delas para nos encherem de ternura.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A gente afasta-se

A gente afasta-se. Afasta-se para bem longe, para sofregamente longe e, sem jeito ou vontade nenhuma. Culpa o tempo, quer aquele que chove, quer aquele que sabiamente sabe correr para a morte. A gente afasta-se e culpa toda a pedra no caminho, mas nunca a sua vontade. A que não é forte ou desesperadamente viva. Deixa-se afogar na preguiça de viver e a gente afasta. Afasta para bem longe dos outros, dos que nos querem bem e de quem nos estranha também, a nós e a quem mais souber pisar nossa pressa. Onde vai a gente tão depressa?

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Os teus 100 dias de felicidade

Nem sei bem em que é inspirado, mas é um desafio desafiante. Bem desafiada fui, sem dúvida pelo J.

"Consegues ser feliz por 100 dias de seguida?" (link)


Consiste em tirar uma foto por dia de algo que nos faça feliz. Não é preciso algo muitíssimo importante. Simplesmente algo, por mais infímo que seja, que nos faça sorrir e ser um pouco mais feliz.

Nota importante: Escolher um objectivo concreto e específico para nos comprometermos com o desafio. Segundo os autores, existem 70% de chances de não terminarmos o desafio.

Dia 2 aqui vou :).


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Bem-vindo 2014

E como não podia faltar, um brinde ao ano novo :).
Gosto da sensação de escrever a data do novo ano em papel. 2-0-1-4. E a roda roda e a vida muda. 

Abri o ano com beijinhos e abraços, como manda a tradição, acompanhado pelas passas de desejos. 

E para começar bem, fui ver o circ du soleil, Drallion. É um espectáculo bonito, pensado ao mais ínfimo pormenor. A dança é fluída e água (foto) é verde e sensual. Deixo-vos com as minhas cenas favorita na esperança de vos inspirar a lá comparecerem.