quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O nada que diz tudo

O nada que diz tudo é ele próprio tão cheio de vazio que arde. Consome o tudo e metaforiza-o. Torna o silêncio em mandamento e a felicidade em efemeridade. Quando não se suporta mais a dor, replicamos a ausência de palavras como se de nada se tratasse.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

As encruzilhadas

A minha vida, a tua vida e as vidas que se tocam (ou não) são sempre encruzilhadas. Nunca sabemos que porta se fecha e qual se abre. Que porta bate suave ou abruptamente, ou mesmo quando e se o chão se vai abrir para nos engolir ou repelir. E pode ou não existir medo ou coragem, ou ambos. O resumo de tudo, da vida, é que não adianta sentar a esperar, nada nos caí em cima sem avisar. Começa-se a ouvir o rumor do vento e as palavras soltas de outros tempos. A vida constrói-se em pedaços e não de uma assentada. E, como real conclusão, sabemos já a lição, continuar sempre a caminhar porque o caminho segue sempre à frente de nossos olhos e nada devemos ao tempo para nada dele produzirmos.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A(s) Dificuldade(s)



A dificuldade existe dentro de nós e talvez algo mais, a impossibilidade... Há caminhos que sempre soubemos ser impossíveis e por mais que tentemos são impossíveis de seguir. Claro que existem e, existirão sempre alternativas aos mesmos, mas só não serão aquele. A dificuldade existe para ser ultrapassada ou superada. Mas existe. E a impossibilidade também.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Espirro


Um espirro por dia, não sabe o bem que lhe faria. Há dos de alergia e de constipações, é melhor que qualquer outra remediação. Olhos fechados, barriga encolhida, espirra-se pela vida! Há as necessárias contorções e demais gripações, mas esse espirro de prazer singular que afasta o mal. É pelos hipocondríacos e mal-intencionados que teimamos doentes. Alérgicos. De pessoas, animais ou demais.


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Capitão

Toda a vida tem capitão, quer queiramos ou não. Resta saber se o conhecimento é poder, se o capitão estudou a lição.

Este capitão conduz na dureza das tempestades. Na calmaria e sob o olhar desolador do horizonte sem fim, ele motiva. Sabe rir, divertir-se e ser gente igual à gente que conduz. Quiçá ele próprio é uma extensão do corpo do barco e sua tripulação. Quiçá se conduz a ele mesmo na vastidão do mar de sargaços. Quiçá é capitão ou tripulação, gente ou bichente.

Um capitão uma vez me disse que verdadeiro capitão é aquele que lidera a própria vida.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Idiota

Eu quero ser um(a) idiota, gerador(a) constante de ideias, sem necessidade de recorrer a qualquer forma de energia externa...


sábado, 2 de agosto de 2014

4 pessoas sentadas

Quatro pessoas sentam-se numa mesa quadrada. Conhecem-se duas a duas. Um par melhor que o outro. O outro mais síncrono que o primeiro. De relações quadradas e angulosas, tentam seguir um rumo de conversa. Não o seguem, mas as ideias parecem transbordar mais assim. Por palavras sonham e se expressam. Entendem-se. E seguem conversando, conhecendo-se e idealizando algo.

Uma ideia quando é dita por palavras já existe? Ou molda-se apresadamente pelo desenrolar da língua até que se confronta e desenvolve com as contribuições alheias?

Como vier, como veio, como foi desenhado ou como será.. uma ideia bela é um bonito quebra-cabeças de possibilidades. Estes boêmios de tempos modernos comendo hamburguers gourmet e ceando com chá. Quatro pessoas sentam-se numa mesa quadrada...