quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Correr com propósito

Quando corremos de coração cheio e na direção certa, corremos de passo certeiro. A anca não doi nem falha. A asma não nos toma os pulmões. Ninguém nos retém. Neste corpo quem manda é a vontade do coração, a assertividade da razão com propósito.
Nós corremos com propósito. Nós corremos plenos e somos super-mulheres, super-homens, super-nós-próprios,
Dormimos bem de coração quentinho. <3

domingo, 29 de novembro de 2015

O Quinto Filho - Doris Lessing


A escrita é corrida, sem capítulos, e isto é conseguido com a maestria que só uma grande autora consegue. 
Contudo, li-o sempre à espera do que iria acontecer nas próximas páginas, E agora?, É agora? Nada. Uma pincelada superficial sobre os acontecimentos, como se nada realmente nos tocasse. É sobre Harriet que vamos tendo mais informação, ainda que nem sempre a consigamos compreender. Sentiu, realmente, Harriet alguma coisa pelo seu quinto filho?
Quase que nos ouvimos dizer, como os restantes familiares, "Quem tudo quer tudo perde. Se já tinham 4 perfeitos, porquê jogar na roleta de novo?". E censuramo-nos por estes pensamentos, porque na realidade, Harriet e David só queriam ser felizes e, para seu próprio gozo, sabiam como. 

sábado, 21 de novembro de 2015

Encher o dia de palavras

Encho muitos dos meus dias de palavras, porque não gosto daquelas que o silêncio contem.
Oiço, falo, baralho-me, tagarelo, escuto outro idioma, experimento música. Tudo porque o silêncio tudo consome, toma os nossos pensamentos e dá-lhes o seguimento que quer.
Hoje quero desligar as séries, o telemóvel, a música cheia de palavras que nada me dizem, e escutar o que o silêncio de todos os dias me quer dizer.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Crítica "Mil Sóis Resplandecentes"



Este livro está muito bem escrito e prende-nos a atenção desde do primeiro momento. Desenrolando e desenvolvendo a narrativa de forma adequada a manter-nos o interesse e a curiosidade.
Conta-nos uma estória de duas mulheres – Mariam e Laila, com percursos de vida e visões bastante antagónicas. Através dos olhos destas duas mulheres, acompanhamos a história recente do Afeganistão, apanhando pedacinhos dos seus hábitos culturais.
Classifiquei com 4* e não 5* porque o autor se socorre de alguns clichés, quando a estória pedia disrupção e inovação.
Termina com uma mensagem de esperança, porque a há. Acreditar sempre no futuro numa cidade de “mil sóis resplandecentes” ou nas cidades que habitam no nosso coração.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Para onde vão os guarda-chuvas

Para onde vão os guarda-chuvas

êêêêê
Bem-vindos ao mundo encantado de Afonso Cruz. 

Encantado e tão deveras real. 
As suas palavras (ou em muitas alturas a sua ausência) descrevem sentimentos, relações humanas e magia. Pura magia. 
São palavras transportadoras-de-sonhos e, que nos levam a espiar as cenas povoadas pelas suas personagens. 
Um enredo fantástico. Um grafismo simples e, que acompanha a escrita. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Calor

Na ausência do frio, chegou-me o calor. Baforento, opressivo, irrequieto. Agitava as partículas do meu ser de tal forma que vos garanto ter gerado novas células por reprodução sexuada.
Era um calor dos ananases, de despir roupa e enxugar suor. De descobrir partes do meu corpo que libertavam água também.
Despimos tudo, voltando ao mundo de beleza pós-parto, com as marcas de bikini em anos consecutivos a esbranquiçarem as nossas zonas de pudor.
Sabendo-nos nus, sabemo-nos poderosamente livres.
E é só quando damos pela pele a queimar do frio de neve que nos sabemos tomados pela loucura da hipotermia e que nada nos poderá salvar do calor eterno do inferno.


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Eu de ti e tu de mim

Qual foi o momento em que nos soube nossos? Eu de ti e tu de mim? Aquele momento em que soube que eras uma extensão de mim, um complemento indespensável de mim.

Foste muleta quando não podia caminhar, proteção quando ainda tropeçava a andar no passeio, cozinheiro/temperador-de-comida quando ainda não me sentia com forças para tal. Foste paciente, tu és paciente, para me ver superar a mim mesma. Tens um orgulho em mim que me transcende.

És o chá quente quando a febre me assoma a garganta, o condutor quando estou cansada. És o abraço quando só me apetece chorar (mesmo quando não quero ser abraçada). És uma das melhores partes de mim, meu amor.

E amar-te apenas me faz amar-te mais. Estar contigo só me faz querer estar mais tempo contigo.

E talvez um dos momentos que me faz diariamente ter a certeza, é aquele em que me despeço de ti e tu de mim, me afasto lentamente e, a meio do caminho, num quasi-sincrono, olhamos ambos para trás, para um olhar de amor. "Muito" vejo desenhar-te nos teus lábios. Muito.

domingo, 1 de novembro de 2015

Mousse de Chocolate com Pera Abacate e Banana

Hoje em dia surge uma preocupação com o comer bem e saudável e, fazê-lo com receitas simples e rápidas.
Na 6ª-feira enquanto davamo-nos dois dedos de conversa com uma empregada de restaurante particularmente simpática, onde elogiávamos a sua ementa com inúmeras alternativas vegetarianas, foi-nos sugerido uma receita para uma mousse de chocolate vegan. Como ontem tivemos um jantar em casa de amigos, decidimos experimentar (com as nossas adaptações, claro!).

Ingredientes:
  • 2 peras abacates maduras (escolhi Hass)
  • 1 ou 2 bananas
  • 6 colheres de sopa de cacau em pó
  • Mel a gosto
  • Amêndoas com pele 
Como adoçar um jantar?

  • Descascar as frutas e adicionar o cacau, o pó e algumas amêndoas esmagadas
  • Triturar com a varinha mágica ou robot de cozinha
  • Com o almofariz, esmague algumas amêndoas e pulverize por cima da mousse.
Caso queira um sabor menos forte a banana no resultado final, adicione pouca ou nenhuma.

Empadão de abóbora e lentinhas

Este prato é muito simples de preparar e muitíssimo delicioso.

Ingredientes:

  • Abóbora manteiga (bio) - 1 
  • Lentilhas verdes 
  • Tomate coração grande (bio) - 2
  • Cebola - 1 
  • Alho francês - 1 
  • Queijo da ilha ralado
  • Azeite qb
  • Feno Grego (Methi seeds) - 1 colher de chá
  • Sal grosso qb
  • Flor de sal com sementes de mostarda qb


Preparação:

  1. Demolhar as lentilhas durante 8 horas.
  2. Tostar o feno grego numa frigideira sem óleo e moer as sementes no almofariz
  3. Preparar um refogado com 1/2 cebola, 1 tomate pelado e acrescentar o feno grego. Deixar refogar e acrescentar as lentinhas. Tapar o tacho e esperar que as lentilhas fiquem suaves (~10min).
  4. Cortar a abóbora em rodelas, e cozer a vapor adicionando um pitada de sal.
  5. Preparar um refogado com alho francês e tomate pelado, para servir de molho.
  6. Num recipiente de forno, colocar em camadas:
    1. Abóbora cozida
    2. O refogado de tomate e alho francês
    3. Abóbora cozida
    4. As lentilhas
    5. Queijo ralado
  7. Levar ao forno e esperar que o queijo derreta.
  8. Servir com confiança de que estará delicioso :).

Feno grego (Fonte: ABC das ervas)
Feno grego(Fonte: http://www.miele.pt/domestico/abc-das-ervas-590.htm):
"O feno grego é um componente aromático de todas as misturas de caril. Quando moídas de fresco, as sementes duras, cúbicas e de cor ocre a bege, têm um aroma intenso, quente e idêntico ao caril. Originalmente oriundo da Pérsia e da família das leguminosas, o feno grego era já utilizado pelos antigos egípcios como especiaria e espalhou-se também pelo sudoeste asiático. Antes da sua utilização, o feno grego deve ser tostado numa frigideira sem óleo e durante pouco tempo e depois moído no almofariz."


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

WordClouds em R

Desafio


  • Analisar a evolução do pensamento do autor Ikujiro Nonaka na área de Gestão do Conhecimento no decurso de 24 anos, através da utilização de 3 trabalhos seus, publicados em 1991, 2003 e 2014.


Como dar cor a um trabalho de análise

Utilizar WordCloud


Uma WordCloud permite uma visualização gráfica das palavras mais utilizadas num dado texto, apresentando-as a um tamanho de letra maior, sendo que o tamanho de letra vai diminuindo consoante uma dada palavra seja menos frequente no texto. É uma forma intuitiva de identificar os conceitos mais explorados por um dado autor. No caso do Nonaka e, ao combinar o texto dos 3 artigos (resultando na wordcloud acima), apresenta-se, claramente o conceito Knowledge como central ao seu trabalho. 


Como fazer uma Wordcloud à nossa maneira?

Encontrei inúmeras ferramentas online para fazer wordclouds. Contudo, para ser mais flexível e "à minha maneira" decidi implementar este método em R Project

Para tal, utilizei 2 R packages para a realização deste trabalho:
  1. Package tm (documentação) - "A framework for text mining applications within R"
  2. Package wordcloud (documentação) - "Pretty word clouds"

A) Pré-processamento 

  • Utilizei uma ferramenta online para converter o .pdf em .docx
  • Em word e, uma vez que os artigos sob o formato de 2 colunas, tive de garantir que as palavras estavam completas:
    • Transformação do documento de 2 colunas em 1 apenas
    • Eliminação, por "find/replace" dos " -" para juntar palavras que ficaram separadas entre duas linhas
    • Apaguei referências, legendas e imagens
  • Gravei o documento como "Plain Text" (.txt).

B) Desenvolvimento em R

1) Preparar o ambiente de trabalho


rm(list = ls())          #limpeza das variáveis de ambiente
setwd('C:\\Users\\Maf\\Documents')                 #definição da directoria de trabalho (windows)

2) Fazer o load das libraries

a) Se é a primeira vez que utiliza estas bibliotecas (library), tem primeiro de as instalar:

install.packages('tm')      #e escolher um mirror no popup que surge
install.packages('wordcloud')

b) Carregamento das bibliotecas (para as restantes utilizações)

library(tm)    
library(wordcloud)

3) Carregar os dados

Dependendo do formato da informação, poderá ser utilizada uma das seguintes opções:

artigo <- scan("artigo.txt", what = character()) #para ler .txt
artigo <- read.csv("artigo.csv", stringAsFactors=FALSE) #para ler .csv

4) Text mining

Para um resultado fidedigno da wordcloud, nomeadamente, para retirar palavras comuns na língua inglesa ("stopwords") e espaços em branco são necessários alguns passos. Na função "tm_map" existe também a opção de retirar a pontuação, sendo que não a utilizei por já os ter retirado em word.

review_text <- paste(artigo, collapse=" ")
artigo_fonte <- VectorSource(artigo)
corpus <- Corpus(artigo_fonte)
corpus <- tm_map(corpus, stripWhitespace)
#Retirar as palavras mais frequentes da língua inglesa:
corpus <- tm_map(corpus, removeWords, stopwords("english"))
#Transformação do tipo de texto:
dtm <- DocumentTermMatrix(corpus)
dtm2 <- as.matrix(dtm)

Obtenção dos vectores para a wordcloud.

frequencytotal <- colSums(dtm2)
frequencytotal <- sort(frequencytotal, decreasing=TRUE)
wordstotal <- names(frequencytotal)

5) Gravar os resultados

Para posteriormente analisar as frequências das palavras noutro software ou mesmo em R, gravei esta informação num documento de texto (.txt).

write.table(frequencytotal, "nonakatotal_target.txt", sep = "\t", quote= FALSE)

6) Produzir a WordCloud 

Para produzir a WordCloud utiliza-se a função wordcloud(), cujos argumentos são os seguintes:

wordcloud(words,freq,scale=c(4,.5),min.freq=3,max.words=Inf, random.order=TRUE, random.color=FALSE, rot.per=.1, colors="black",ordered.colors=FALSE,use.r.layout=FALSE, fixed.asp=TRUE, ...) 

Nesta aplicação, testei várias combinações de cores modificando o argumento colors, para escolher a mais apelativa, sendo que utilizei duas abordagens: (1) escolher as cores de acordo com o seu código ou (2) de acordo com uma palete de cores definida (brewer.pal()).

# (1) Selecção das 100 palavras mais frequentes e das cores (#e66101","#b2abd2","#5e3c99)
wordcloud(wordstotal[1:100], frequencytotal[1:100], max.words=100, random.order=FALSE, use.r.layout=FALSE, colors=c("#e66101","#b2abd2","#5e3c99")) 
# (2) Utilizar a palete brewer.pal 
wordcloud(wordstotal[1:100], frequencytotal[1:100], max.words=100, random.order=FALSE, use.r.layout=FALSE, colors=brewer.pal(8,"Dark2"))
# testei também:
# colors=brewer.pal(8,"Accent")
# colors=brewer.pal(12,"Paired")
# colors=brewer.pal(9,"Set1")
# colors=brewer.pal(8,"Set2")
# colors=brewer.pal(12,"Set3")

7) As coloridas nuvens de palavras:









Artigos que originaram as nuvens:

1) Nonaka, I. (1991). The knowledge creating company. Harvard Business Review, 69(6), 96-104

2) Nonaka, I., Toyama, R. (2003). The knowledge-creating theory revisited: knowledge creation as a synthesizing process. Knowledge management research & practice, 1(1), 2-10.

3) Nonaka, I., Kodama, M., Hirose, A., & Kohlbacher, F. (2014). Dynamic fractal organizations for promoting knowledge-based transformation–A new paradigm for organizational theory. European Management Journal, 32(1), 137-146.

Este tutorial foi guiado por:

1) https://cran.r-project.org/web/packages/tm/index.html - pacote tm
2) https://cran.r-project.org/web/packages/wordcloud/wordcloud.pdf - pacote wordcloud
3) https://deltadna.com/blog/text-mining-in-r-for-term-frequency/ - para a utilização da wordcloud
4) http://colorbrewer2.org/ - para aconselhamento da palete de cores
5) https://cran.r-project.org/web/packages/RColorBrewer/RColorBrewer.pdf

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A ciência de dar sentido a Dados

A ciência de dar sentido a Dados é realmente interessante e desafiante.

Há anos que me dedico a perceber, transformar e embelezar informação. Busco também formas novas de o fazer.

Assim, é mais uma peça desta pessoa que sou. E, sabendo de antemão que já existe tantas páginas online com este tipo de informação, achei que seria ainda assim uma informação útil. Para mim porque estruturo aquilo que faço e o que aprendo, para vós porque podem aprender com as minhas tentativas também.


Aqui ficam as coisas giras apenas. :)

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Este ser humano.

Também de sonhos era feito este ser humano. De sonhos e de tanto, tanto mais. Focou-se um ponto e não um todo, uma visão distanciada e integrada de um ser.
Quem sois vós para o tentar espezinhar? Determinar de quê ou não ele é capaz?
Digo-vos eu, nesta pressa humana de julgar sem conhecer, não sois aquilo que pensais que sois.
Um mundo só é mágico enquanto as pessoas que nele habitam, nele também acreditarem.
Temo conseguir adivinhar que o vosso mundo já não é mágico... Que ruiu, com essa crença mundana que não podemos sonhar.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

As pessoas que nos recheiam a vida

Imagino frequentemente as pessoas que me rodeiam sob a forma de pequenos duendes com alguma coisa na sua personalidade extremamente vincada. O melhor de tudo é que sabemos que é no todo que se encontra a riqueza.
Apresento-vos então:

  • A OPTIMISTA - é sempre tão optimista, com tudo. Além de que segue o lema "acontece tudo o que tem de acontecer", com uma visão determinista da vida. A vida é bela e aceita aquilo que te dá. Nunca a ouvirás a dizer que deves ficar sentado à espera, contudo, ela sabe que quando uma porta se fecha se abre a porta certa de cada vida. É bonita a sua forma de viver.
  • O CAUTELOSO - pouco entusiasta quando lhe relevamos uma novidade, não deve ser abordado em 1º lugar quando recebemos uma boa notícia. Não é que não fique contente por nós ou entusiasmado, simplesmente não o demonstra. Segue-se, quase sempre, a reação cautelosa, "mas e se...", "tens de ter atenção a...". Assim que se certifica das nossas motivações e já conseguiu perceber as intenções dos outros, é capaz de revelar que está contente.
  • O CONSELHEIRO - por vezes chego-lhe a ralhar porque quando lhe fazemos uma pergunta nos responde com outra. Contudo é a sua forma de ajudar, ele ajuda dando-nos ouvidos para pensarmos em voz alta, mas gosta que cheguemos sozinhos às nossas próprias conclusões porque sabe que estas são mais duradouras. 
  • A RECONFORTADORA - esta pessoa chega sempre numa fase do processo posterior, sendo que a culpa não é sua, simplesmente tem demasiadas coisas que a entusiasmam na vida. Ouve mais a parte da queixa, reconforta com palavras meigas e gentis e, ouve as alegrias sobre a forma de relato. E tem muita paciência, mesmo quando ouve que cometemos os mesmos erros. Ela sabe-se humana e sabe-nos a nós também.
  • A ENTUSIASTA - independentemente de o tema em partilha seja ou não do seu interesse, a entusiasta consegue entusiasmar-se por nós se nos vir felizes. Tem uma grande empatia pelos outros em sentir a sua energia positiva a fluir e consegue realmente ficar feliz pelos outros. É das primeiras pessoas a quem contamos uma boa nova, até porque a sabemos vibrar com a nossa alegria.


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Pasta de Grão

Ingredientes:

  • 1 lata de grão de bico
  • Flor de sal com aipo qb
  • Sumo de 1/2 limão
  • 1 colher de chá de cominhos moídos
  • 1 fio de azeite 
Como preparar? Tudo dentro de um copo e varinha mágica até fazer pasta.


Como comer? 
  • Barrar em tostas e borrifar com vinagre balsâmico
  • Adicionar a uma salada de alface e couve roxa e temperada como habitualmente gosta. Dá um jeito granulado e proteico à salada habitual.





Açorda de Espargos e Beringela

Ingredientes:
1 molho de espargos
1 beringela
2 tomates
1 cebola roxa
Pão "velho"
1 ovo
Azeite, flor de sal



Como preparar?


  1. Cozer os espargos em água.
  2. Quando estiver cozinhados, retirar os espargos de água e reservar. 
  3. Demolhar o pão na água de cozedura dos espargos.
  4. Cozer a vapor a beringela sem casca até ficar mole.
  5. Preparar um refogado com cebola picada e tomates até amolecerem. 
  6. Adicionar a beringela ao refogado por 5 min.
  7. 5 minutos depois acrescentar os espargos.
  8. Escorrer o pão e adicionar ao refogado.
  9. Deixar apurar e acrescentar sal a gosto.
  10. Desligar o lume, partir o ovo sobre o refogado e misturar. 
  11. Servir com um sorriso. :)

P.s: Coentros frescos por cima serão certamente uma boa combinação.

A Maria Quinoa

Digam olá à Maria Quinoa, a hamster-ratatui-branca. :) Pelo fofinho, rabiteza e esperemos que autora de muitas proezas e espertezas.


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Força de puxar carroças

Hoje sinto-me com uma energia de puxar carroças. Nem arregaçar de mangas preciso. Algo falha? Tento outra abordagem. O braço direito treme? Utilizo a força das pernas para puxar.
Tentamos, inovamos, recriamo-nos, sempre acreditando que conseguimos. Temos tanta força quase a ser libertada.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Salada de tomate e grão de bico à verão

Esta semana experimentei uma salada com vários elementos do meu frigorífico.

 Ingredientes:

  • Grão de bico
  • Tomates pingentes
  • Azeitonas pretas
  • Mortadela de peru/frango
  • Queijo ralado

Tempero: (Para apurar o sabor da mostarda deixar de noite no frigorífico)
  • Azeite
  • Vinagre Balsâmico
  • Flor de Sal
  • Mostarda em pó 
  • Oregãos


Como fazer?

  • Cozer previamente o grão de bico e retirar-lhe a pele
  • Cortar os tomates aos cubos
  • Cortar as azeitonas em rodelas
  • Adicionar os ingredientes todos numa taça
  • Acrescentar o molho
  • Misturar com as mãos e devagarinho 


terça-feira, 8 de setembro de 2015

Manteiga de Pera Abacate

A Pera Abacate é um fruto que pode ser utilizado como doce ou salgado (dependendo dos temperos!). Em Portugal são produzidos e comercializados, essencialmente, duas variedades deste fruto, a Hass e a Reed (1). Normalmente opto por escolher os mais escuros, os Hass, uma vez que para mim é mais fácil saber se estão maduros. Em caso de dúvida, perguntar ao comerciante :).


A Manteiga de Pera Abacate é óptima para barrar o pão, a broa de milho ou mesmo para dipping de tortilhas de milho (tem algumas parecenças ao guacamole).

Ingredientes:
  • 1 pera abacate madura
  • 1/2 limão pequeno
  • Flor de Sal qb
  • Opcional: Mostarda em pó ou pimenta

Método:
  • Cortar a pera abacate ao meio e retirar o caroço e a casca (ao estar madura, a casca tenderá a soltar-se do miolo)
  • Adicionar num recipiente:
    • Miolo da pera
    • Flor de Sal
    • Sumo de 1/2 limão
  • Triturar com a varinha mágica ou utilizar o almofariz. 
  • Provar e adicionar sal ou sumo de limão até ficar no ponto gostoso. 

Sobre o abacate em Portugal: aqui (1).

Dicas para escolher e cortar o abacate (aqui).

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Crianças.

Ontem na missa estavam muitas crianças. O que consistiu uma grande fonte de distração, em particular com o rapazinho de 6/7 anos deitado ao colo da mãe e madrinha.

- Quem é Xesus? - A mãe explicou-lhe ao ouvido.
- Estou aborrecido, quando é que podemos sair daqui?
Finalmente, ao ver a madrinha aproximar-se depois de comungar. Aponta para ela e diz:
- Mostra!!! - A mãe disse que lhe explicava lá fora.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Arroz Nero com Algas Nori

Ontem o jantar ficou óptimo :), com mais mão de J. do que minha.

Tempo: ~ 1 h
Custo: < 5€

Ingredientes:

-  Arroz Integral Nero
- 10 g de Algas Nori desidratadas por cada pessoa 
- Beringela
- Abóbora
- Azeite qb
- Flor de Sal qb

Como cozinhar:

  • Cozinhar o arroz nero (~45 min) - método de cozedura 2 de água para 1 de arroz
  • Cozer a beringela e abóbora a vapor
  • Fazer um refogado em azeite:
    • Adicionar alhos e tomate
    • Quando os tomates tiverem amolecido, juntar as algas nori
    • Colocar os legumes cozinhados a vapor 
    • Deixar apurar
    • Juntar o arroz nero e a flor de sal 
  • Saborear

Notas:
A Flor de Sal deve ser introduzida 5 minutos antes do final de cozedura ou mesmo no momento de servir.
O Arroz Nero é um arroz com imensos benefícios para a saúde e uma alternativa de sabor ao arroz tradicional.
Certas Algas, pela sua variedade de nutrientes e proteínas, são um bom substituto de carne/peixe para quem procure reduzir a ingestão de derivados animais. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Viajo como quero

Hoje tive uma companhia inesperada no caminho para o trabalho... Uma pessoa bastante corporativa de fato completo que tem carro da empresa. Contudo opta hoje e todos os dias por atravessar a cidade de transportes públicos, primeiro um autocarro e depois o metro.

"O que aconteceu ao carro da empresa? Não precisas dele para te deslocares em serviço?"
"Simples. Está lá na garagem da empresa. Tenho de lá ir todos os dias na mesma e, quando preciso pego-lhe.", responde-me. Simples, mesmo. Inspirador até.
E, sem dúvida que evita algum stress matinal.


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Tortilha de Batata Doce

O gosto pela cozinha vai-se cozinhando e saboreando. 

Começando esta partilha pela Tortilha de Batata doce e Cebola Roxa.

Esta receita simples tem um tempo estimado de 30 min e um preço de aproximadamente 2€.


Ingredientes:
2 batatas doces médias
1 cebola roxa grande
4 ovos bio
Sal qb
1 c. de sopa de azeite



Como preparar:
  • Descascar e laminar as batatas (~0,5 cm)
  • Cozer as batatas a vapor (10/15 min)
  • Temperar as batatas e reservar 
  • Descascar e cortar em lascas finas a cebola
  • Refogar em azeite a cebola até as lascas ficarem moles
  • Acrescentar ao refogado as batatas e os ovos
  • Quando o ovo estiver quase cozido e a mistura estiver colada à frigideira, virar a tortilha para cima de um prato redondo (encostando o prato à frigideira). Com delicadeza, deslizar a tortilha para a frigideira, por forma a que a parte que estava para cima a fritar esteja agora para baixo.
  • Fritar até que a tortilha esteja sólida mas macia.
Comer :).

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Vi um avião

Vi um avião passar, neste sítio de passagem, e lembrei-me de ti. Lembrei-me como suspiravas, olhavas a janela e dizias "lá vai mais um, que vontade de viajar! Qualquer dia tem de me levar a mim!"
Levou-te, mas não para outro país, simplesmente para outra zona da cidade, tão longe que quase não é a mesma cidade. Voaste realmente, minha querida, para uma aventura nova. Cada pessoa tem os seus aviões e nem sempre surgem com o destino que marcámos.


segunda-feira, 31 de agosto de 2015

As nossas emoções tontas

Quantas vezes falamos na 3ª pessoa? Quantas vezes colocamos as nossas emoções e receios na cabeça de outra alguém?
Sim, estou preocupada, sim. E, isso não tem mal. É derivado do amor. Só nos preocupamos com aquilo a que queremos bem.

É preciso viver.

É preciso viver para escrever. Inspirar na criatividade de todos os dias, naquilo que o acaso ou a rotina nos traz. Aquilo que nos estimula.
É preciso viver para crescer. Chocar com todas as outras pessoas, com os seus corpos e suas opiniões. Saber ouvir e saber falar e ganhar conhecimento (e perder interesse).
É preciso viver para existir. Sair, respirar, pisar pés alheios, tropeçar, errar até, mas ter motivos para sorrir também.
É preciso viver para ser pleno e completo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A mentira sorridente.

A mentira fazia-a sorrir. Dar um pequeno esgar dos seus dentes. Um pequeno vislumbre de beleza. Bonita menina que sorri quando mente.
Ao preocupar-se com o seu bem-estar, um ente querido pergunta, "Estás bem?". Ela sorri e diz que sim.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Sou determinada. Sou determinada.

Sou determinada. Sou determinada. Repetir até acreditar. Repetir até ser. Dar a volta à contrariedade. Acreditar. Acreditar.
Sou determinada. Sou determinada. E, vou conseguir.


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Ser mulher (por completo)

A verdade de ser mulher nesta sociedade é sê-lo o mais tarde possível. Ser completamente mulher, casada e com filhos, traz estigma e impede progressão, emigração e deslocações estrangeiras em trabalho. Assim, fingimo-nos homens, solteiros e sem grande apego à família para que ninguém tema que tenhamos que nos ausentar e colocar os que queremos tão bem em primeiro lugar. Trabalhamos as horas que forem necessários e muito nos deve agradar a comida de pouca qualidade e o ar condicionado onde nos forçam a trabalhar.
Fingimo-nos também jovens eternas, porque não adoecemos. Até porque não temos direito a baixas e, mesmo se tivermos, temos receio de não nos renovarem os sempre-eternos estágios e contratos a termos.

És pouco saudável? Não te renovo. És mãe? Não te contracto.

E assim despersonalizamos a nossa humanidade.

E há quem diga que a sociedade está a mudar.. mas aconselho-vos, mulheres da minha vida, a falar sobre casamento e filhos no local onde trabalham.



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Amigos. Dos emigrados.

Os amigos não se escolhem. Existem, conquistam-nos e somos seus, para sempre. Não escolhemos dar ou não a mão a um amigo, damos e pronto.

Há um entendimento cósmico nas amizades. E as pessoas nossas amigas sentem que podem confiar em nós. E que escolhem dar-nos a mão também.

Há desilusões nas amizades? Claro. Mas não existe em tudo na vida também?

Os verdadeiros amigos não nos desiludem, mas fazem-nos sentir felizes com as mais pequenas coisas da vida. Tal como por vos preparar um jantar :). Até porque sabemos que vocês irão gostar. Quiçá porque gostam de nós e têm saudades de conversar connosco. Quiçá porque nós sentimos o mesmo por vocês.


"- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um rapazinho inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."  Antoine de Saint-Exupéry


terça-feira, 4 de agosto de 2015

A Maria Alzira

A Maria Alzira é forte. Forte como nos queremos em alturas difíceis.
Recorda já o bom e esquece o momento de transição doloroso.
Tem saudades. E as saudades doem. E trazem lágrimas aos olhos. Mas as saudades são, sempre, de algo que amamos. E por isso sabe que o amou e ainda ama. Muito. E tem saudades.
Tem família também. Que o ama muito também. E agradece não estar sozinha. E sente-se cheia de ter amado alguém bom e querido (como ela também nos é). E está em paz porque ele também está.
E consegue dar-nos força também a nós, quando lhe tentamos dar força a ela.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Postura Troglodita

Deveras que a ninguém incomoda a postura troglodita como caminhamos, nos sentamos, nos deitamos agarrados a um ecran colorido? Que conterá de mais belo que a vida que nos circunda?

Pára. Respira. Levanta o olhar até às copas das árvores ou às frisas de portas e janelas. Inspira. Pisca os olhos. E, sabe-te vivo.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

terça-feira, 28 de julho de 2015

Menina bolsos-cheios

A menina bolsos-cheios era uma menina esperta e que sabia poupar. Ela não era forreta porque de nada se privava. Ela era simpática e generosa e, gostava de partilhar o que tinha.
Contudo, sabia poupar, regatear e renegociar.
Em primeiro, tinha por norma, não dizer que as coisas eram para ocasiões especiais. Nunca era um aniversário, uma despedida de solteira, um batizado ou um casamento. Sabia que isso incrementava em 70% o valor das coisas/serviços.
Por isso, o seu copo de água foi uma surpresa beeem inesperada para o fotográfo. Para além disso, não escolheu uma quinta para a cerimónia, mas antes encheu a sua pastelaria favorita com os seus entes queridos.
Sim, escolheu uma pessoa real para casar. mas tudo o resto foi a poupar..

E não foi pela igreja! Para isso reserva, o baptismo do 1º filho.

Com a poupança, surge sempre algum bom, porque faz compostagem dos seus resíduos orgânicos de uma forma tão bio que transforma o lixo em composto e o vende.

Há pessoas que enchem os bolsos, pensando além dos outros.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Sonhos

Uma vez acreditando, toda a vida se molda e transforma.
A irrequietude toda conta dos dias e, sonhos sonhos enchem-nos a caixa de ideias.

Nesta vida, não podemos preguiçar. É-nos essencial pensar, viver, agir e sonhar. Querer ser mais... e melhor.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Bolinhos de simpatia

Hoje a minha tarde começou com uma oferenda de simpatia. Tenho por hábito oferecer aquilo que como e faço. Faço-o com o entusiasmo de uma criança e, frequentemente as pessoas comem e ficam a gostar (quiçá mais pelo entusiasmo) daqueles alimentos/experiências.

Os bolinhos em questão (nesta história) não são baratuxos e, como tal, hoje ao sentar-me na minha secretária encontro um pacotinho novo em cima da secretária. Na minha e em cada um dos restantes. Que queridos! Simpatia é sem dúvida a melhor forma de propagar felicidade e boa ambiente...

"Apesar de tudo, ainda creio que os homens, no fundo do coração, são bons". Anne Frank.

P.s.: O mistério do iogurte duplicado no frigorífico comum (que não me lembrava ter comprado) também se encontra resolvido. Uma colega decidiu experimentar. 


segunda-feira, 20 de julho de 2015

Horta

Sabemos que estamos no sítio certo à hora certa quando alguém nos mostra uma mão cheia de combustagem orgânica e diz, 
"Sabemos que está pronto, quando cheira a bosque! Ora cheirem..."

E não é que o bosque nos entrou no nariz?

Obrigada, verdocas. 

P.s.: Hoje regámos o nosso primeiro canteiro em conjunto. <3

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Uma scooter. um amor ao vento.

Dois tontos apaixonados como só os apaixonados são tontos. Tontos, que vão com o vento na sua scooter. Vão com o vento... A pendura segura o coração do condutor. Segura-lhe o coração, porque fica sem palavras para o vento, segura-lhe o coração porque tem demasiado medo que ele fuja...

o seu coração,
o seu amor,
os seus braços
e o seu calor.

E deixa que o vento, lhe esvoace os medos.
Lhe esvoace tudo.
Só fica um coração a bater nas contas do condutor, a sincronizar com outro coração, que é Seu, ainda que lhe viva fora do corpo.
Lhe Sobreviva.
Lhe ame.

sábado, 11 de julho de 2015

A crença na humanidade

"A vingança, uma perturbação endémica no Médio Oriente, não as trará de volta para mim. É importante sentir ira na sequência de acontecimentos como este; uma ira que sinaliza a não aceitação do que aconteceu, que nos incita a fazer a diferença. Mas temos de optar por não cair no ódio. O desejo de vingança e o ódio apenas nos roubam a sabedoria, aumentam o sofrimento e prolongam a contenda. O bem potencial que poderá vir deste mal que nos devora a alma é que juntos podemos construir as pontes sobre este precipício conflitual que nos mantém separados há seis décadas." 
Dr. Izzeldin Abuelaish, o "médico de gaza" no livro "Não odiarei"

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Mestres planeadores

Maria e António eram os mestres planeadores. Nada era simples no seu imaginário, quando a mãe pedia, "Maria, podes ir comprar uma galinha?", logo, a Maria elaborava um plano do que poderia fazer no caminho, na chegada e na volta. Raramente o elaborava sozinha, porque o faria?, tinha o António. E os seus planos, nos seus imaginários, incluíam escapar a répteis-com-pelo (refilios) que lhes ladravam no caminho, e a bonecas de cera rugosas (ceríssimas) que lhes queriam pegar (e amachucar?). Não eram planos fácil porque implicavam vestir uma invisibilidade qualquer e retirar o cheiro que tinham a humanos-pequenos. Como se tornarem invisíveis e sem cheiro para que pudessem escapar-se aos seus predadores?

Para que um plano funcionasse, tinham de nomear tudo com que se deparavam, flores, árvores e vendedores. Estes últimos podiam ser carnídeos, verditos ou futílissimos, consoante vendessem, respectivamente (e obviamente!) carne, produtos da terra ou produtos feitos pelo homem. O tratamento teria de ser, claramente, diferenciado. Cada qual com seu ofício e sorriso.

O quanto se divertiam a criar formas de escapar e evadir-se ao mal, "porque o bem sempre triunfa, Maria!". Havia os planos mais traquinas, que repetiam até serem apanhados: 1) Como retirar os patins da prateleira de cima, sair de casa com uma boa justificação para o volume por dentro da camisola e voltar a casa depois da brincadeira, 2) Como esvaziar uma lata de leite condensado sem ninguém dar por nada (excepto aquando a serradura fosse feita?), 3) Como mudar as horas de todos os relógios de casa para que pudessem ouvir estórias encantadas até mais tarde?.

Maria e António eram gémeos e pequenos génios. Do bem, porque na tranquinice o bem vence sempre.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Quando era pequena.. e os gostos ficaram.

Quando era pequena, nas férias de verão ficava às vezes com a minha avó. Em Lisboa, porque tenho uma avó citadina, que já nasceu cá. 
Nessas férias, ia todos os dias ao mercado, ao que se desce de casa da avó, não ao que se sobe. Talvez o peixe nesse fosse melhor, as senhoras mais simpáticas ou talvez fosse apenas aquele que era mais perto da casa da Senhora Rosa. E, todos os dias escolhia o peixinho do almoço (cujo gosto já não consigo recordar), acompanhado por feijão verde ou por uma saladinha de alface cortadinha em faixas muito fininhas. A alface da Senhora Rosa foi a primeira comida de que me lembro de gostar! Também não me lembro de comer outra coisa que não peixe, ainda que me recorde do cheiro de um take-away perto do mercado.
E lá ia, a menina, única neta-menina da minha avó, demasiadas vezes com uma palmeira na cabeça, a caminho do mercado. Com um caminho cheio de bochechas apertadas pelas amigas da avó e invocações de semelhanças ao pai. E um destino que deixava as solas dos sapatos a cheirar a peixaria... 
Quando era pequena, e escolhia o meu almoço todos os dias, gostava de antecipar sabores na boca. Engolia em seco imaginando que comida escorregava, e decidia o que queria. Este era o almoço que me sabia melhor, aquele escolhido a dedo e preparado com o humor do dia.
Quando era pequena, comia o almoço que queria no meu dia-a-dia, os sabores e ingredientes que o meu corpo pedia e os sorrisos e as simpatias daqueles com quem me cruzava. Quando era pequena, era decidida (mesmo de palmeira na cabeça!) e gostava de me passear em frente de bancas de comida e escolher a dedo o que queria. Quando era pequena... os meus gostos ficaram moldados ao fresco, cheiroso e volátil de cada dia. Talvez, por isso, se mantenha o gosto de querer experimentar em cada dia o que esse dia pede.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Das palavras e dos brilhos nos olhos

Ao dar notícias da minha mudança, uma colega entusiasta pergunta, "Vais para a área literária?". Não. "É que os teus olhos brilham quando falas de letras e, é sempre tão bom quando as pessoas se mudam para aquilo que lhes faz os olhos brilham".
Das palavras e dos brilhos nos olhos pouco poderei dizer.
Mas tenho outros brilhos, uma vida cheia de céu salpicado de estrelas, e ando de constelação em constelação, a ser feliz. Acreditando piamente que a felicidade se faz caminhando e, que há tantas coisas que nos fazem os olhos brilhar, felizmente.

As palavras são apenas o brilho mais antigo que me lembro nestes olhos escuros e transparentes. E, que não imagino algum dia cessar.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Pessoas :)

Gosto mesmo de pessoas e de suas histórias, sendo que por vezes me parecem demasiado pessoais para serem escritas. (Eu escrevo-as na mesma, mas não as partilho).
A todo o lado, se prestarmos atenção há alguém que nos supera, que nos mostra que é possível dar um pouco mais, acreditar um pouco mais, ser mais e viver mais intensamente. E que supera, no sentido inspiracional.
A partir de então, acreditamos que nós-zinhos-mesmos, também somos capazes de dar, acreditar, ser e viver mais.
A vida reserva-nos tantos desafios, que vividos com amor, se tornam na simples alegria da vida.

Obrigada, pessoas que inspiram a minha vida! Um obrigada especial às que nem o sabem que são.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

O murmúrio

Há quem oiça murmúrios a vida toda e nada lhes faça. A quem lhes conteste e recuse a sua opinião intrometida. Mas os murmúrios persistem... e quando não conseguem falar, sentem-se no corpo, no arrepio aquando ouvimos o murmúrio na boca de outro alguém ou no coração acelerante. O corpo fala-nos, de verdade, e os ouvidos também.
Nunca nos questionamos porque selecionamos o que ouvimos... porque há frequências que não esquecemos e conversas inteiras que perdemos...? Ouvimos o que nos interessa. Ouvimos a frequência certa que faz vibrar a nossa corda.
O meu murmúrio, aquele que me fala na boca dos outros e no corpo agitado, está a tornar-se frequente. Aparece quase todos os dias, na mente, na oração, na conversa diária. E deixei de saber se é murmúrio ou vontade que calo consciente.
Porque me convenço, muitas vezes, que há uma realidade e um sonho, e que estes não podem coexistir. Então sossego o murmúrio e digo-lhe, "para o ano", "depois daquela etapa". E, murmúrio esperto, manifesta-se para evitar a eventualidade e ganhar a certeza.

terça-feira, 2 de junho de 2015

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Ao amor (incondicional)

É só amor, paz e alegria que transformam o mundo. Reproduzem-se, redescobrem em nós e nos outros, são contagiosos. 

Queremos amor de que forma tomar, fraternal, amoroso, mas essencialmente incondicional. O amor capacita-nos. Acredita-nos. Não diria que deviam existir medalhas de amor, porque não é algo que se publicite, mas antes algo que se vive. Amar dá amor aos outros. Amados sentimo-nos mais aptos para amar mais. E assim nos contagiamos de alegria.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Picnicando

Só verdadeiramente vivendo, somos felizes. 
Com surpresas e sinceridade no estar, sendo e querendo.
Fazes-me picnics no coração! 

Obrigada, J. 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Parabéns, amor.

Uma das melhores formas de amar é a felicidade. Sentirmo-nos altruísta e, inteiramente felizes por um feito da nossa pessoa amada. Nada nossa, nada em que realmente (ou de todo!) tenhamos o nosso cunho. O sorriso, o verdadeiro sorriso, do meu amor é felicidade pura para mim. 

E sei que é uma forma tonta e exposta de te dizer o quanto te amo, mas a tua felicidade enche-me o coração e o teu sorriso torna-se o meu. Parabéns, meu amor. Mais uma etapa, mais uma vitória. Uma prova mais de que tudo podes conseguir, meu sonhador.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Musical de vida

Tudo mudou com o toque de uma tecla de piano. Plim. Simples rasgar do silêncio e repetibilidade da vida mundana. Novo dia, nova vida, nova banda sonora de vida. Onde existia apenas um piano, juntou-se o som de uma flauta que, agora surge pixelada, e um conjunto de livros esvoaçantes. 

Este caminho traz muitos passos, caminhadas de todos os dias e pressas de chegar a todos os lugares (e pontual em todas as horas). Rigor que quando chegue a algum sítio esperado, chegue inteira e não perca nenhuma fração de mim com a brisa do vento. Que a pressa não me apresse o coração, mas sim me torne eficiente.

A vida tornou-se num musical em que cada bailarino dança a sua vida e, eu a minha e, tomo o privilégio de ver meus amigos e instrumentos musicais no seu solo mais coordenado e belo. Perco os seus ensaios, por vezes (ou por muitas vezes que não tenciono tornar em todas as vezes) e algumas quedas e falhas. Contudo, assisto ao brilho no olhos das aspirações concretizadas, dos corações cheios e dos voos ascendentes de cada qual que se transcende. 

Vida barulhenta, agitada, baralhada, cheia. E essencialmente feliz.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

O elogiador

O melhor elogio é uma mentira.
Nada como nos adjetivarem com algo que não nos pertence.

Elevador piscador

Há um elevador namoradeiro onde trabalho, pisca e des-pisca a seta de subida quando raramente abre a porta. Abre-a apenas quando se encontra uma donzela solitária no piso. Quanto há mais gente, dedica-se a filtrar, pisca a seta para cima, dá uma pequena apitadela, mas nenhuma porta se abre.. Os elevadores namoradeiros..

quinta-feira, 5 de março de 2015

Cordas

Por vezes sinto que tenho cordas que me prendem ao chão. São atilhos pesados presos a várias partes do meu corpo, qual marioneta, mas que não me fazem agir. São o grande contrário, a grande piada de um design mal acabado, porque me prendem ao chão.Prendem como quem perde de receio, medo angustiante de acabar a voar.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O 1º encontro

Ultimamente ando cheia de 1ºs encontros e iniciativas. É uma atividade sã conhecer novas pessoas com novos ritmos de vida, ou pelo menos tentar. 
Hoje foi o 1º dia do nosso clube de leitura, tentámos algo diferente para percepcionar a que frequência cada corda de guitarra vibrava. Foi fluído e divertido, mas essencialmente inspirador. 
Sentavam-se 2 pessoas com livros escritos. Sim, totalmente escritos. Um editado, vendido e premiado, o outro a caminhar por pés próprios em busca de um sítio próprio de existir. E eu pensei, quantas noites de quantos dias investirão estas pessoas a escrever?

E resolvi revolver os meus momentos de dedos no teclado e achei.. achei muita coisa e muita com potencial de ser continuada. Essencialmente muitos momentos de vida de pessoa que gosta de primeiros encontros e de momentos continuados e de momentos imprevistos e.. de registar.

Assim, leio .. e tento encaixar-lhes uma forma ou dedicar-lhes um maior cuidado para que conheçam a luz do dia. Um brinde a primeiros encontros e a novas oportunidades. 


segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

De escrever

Tenho saudades de escrever. De escrever sobre ti.
Sobre ti descrever longas frases de saudades e de prolongamento do meu ser no teu. Se são saudades da escrita, da pessoa ou da escrita de ti, não sei. As mesmas atormentam-me os momentos parados e não vejo a hora de escrever.
Bem dito aquele que sabe sempre de que fala.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O que nos faz fluir

Escrevi aqui há dias sobre a natureza do fluir, tema que quero começar a ler e perceber melhor. Curiosamente o meu fluir... Bem, gostaria, pois, de partilhar um fluir que me ocupa, o de aprender. O meu cérebro pede conhecimento e consolidação do mesmo. Conhecimento e chances de o aplicar. E fluo. Construindo e crescendo dentro de mim. Desbloqueando capacidades. Criando realidades. Superando-me. Fluir.



terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Ainda a tentar ser quem sou.

Ainda a tentar ser quem sou nas demandas da vida

No dia que se segue ao dia e que tem pressa de ser.
Ainda a tentar mostrar que sou quem sou e não outro qualquer.
Enquanto o dia se segue ao dia intercalado pelo entardecer.
E existo. Porque todos nos sabemos existentes.
E sou. Porque existe essência em mim.
E me diferencio no tentar.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Deus das Pequenas Coisas




Percebo as damas de séculos anteriores que liam horas a fio em poses requintadas. Ao sol ou à sombra de um pequeno chapéu. Criavam na sua imaginação aquilo que as palavras lhes traziam. Sorriam, sonhavam à noite e de dia. Eram felizes (ou não), mas tinham o tempo que queriam dedicar a ler, dedicado a ler. Ai, este tempo que estimo tão precioso para ler. Eu sou uma leitora e quero ser. Ambiciono ler e reflectir sobre o que leio. Quero ler em voz alta e em voz baixa, como bom contador de estórias. Viver de palavras e de sonhos porque estes "comandam a vida".

Obrigada a todos os que nos deixam as suas palavras.

Pequena Review do "Deus das Pequenas Coisas":
O Deus das Pequenas Coisas by Arundhati RoyBem escrito e descrito. Coerente e harmonioso. Trata-se daqueles livros que nos apetece reler aquando terminamos para relembrar todos os pormenores a que não demos a devida atenção. "Por menores". Sem dúvida um livro cheio de pormenores. Bem encaixados e com ideias que se entranham no leitor. Recomendo.