domingo, 29 de novembro de 2015

O Quinto Filho - Doris Lessing


A escrita é corrida, sem capítulos, e isto é conseguido com a maestria que só uma grande autora consegue. 
Contudo, li-o sempre à espera do que iria acontecer nas próximas páginas, E agora?, É agora? Nada. Uma pincelada superficial sobre os acontecimentos, como se nada realmente nos tocasse. É sobre Harriet que vamos tendo mais informação, ainda que nem sempre a consigamos compreender. Sentiu, realmente, Harriet alguma coisa pelo seu quinto filho?
Quase que nos ouvimos dizer, como os restantes familiares, "Quem tudo quer tudo perde. Se já tinham 4 perfeitos, porquê jogar na roleta de novo?". E censuramo-nos por estes pensamentos, porque na realidade, Harriet e David só queriam ser felizes e, para seu próprio gozo, sabiam como. 

sábado, 21 de novembro de 2015

Encher o dia de palavras

Encho muitos dos meus dias de palavras, porque não gosto daquelas que o silêncio contem.
Oiço, falo, baralho-me, tagarelo, escuto outro idioma, experimento música. Tudo porque o silêncio tudo consome, toma os nossos pensamentos e dá-lhes o seguimento que quer.
Hoje quero desligar as séries, o telemóvel, a música cheia de palavras que nada me dizem, e escutar o que o silêncio de todos os dias me quer dizer.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Crítica "Mil Sóis Resplandecentes"



Este livro está muito bem escrito e prende-nos a atenção desde do primeiro momento. Desenrolando e desenvolvendo a narrativa de forma adequada a manter-nos o interesse e a curiosidade.
Conta-nos uma estória de duas mulheres – Mariam e Laila, com percursos de vida e visões bastante antagónicas. Através dos olhos destas duas mulheres, acompanhamos a história recente do Afeganistão, apanhando pedacinhos dos seus hábitos culturais.
Classifiquei com 4* e não 5* porque o autor se socorre de alguns clichés, quando a estória pedia disrupção e inovação.
Termina com uma mensagem de esperança, porque a há. Acreditar sempre no futuro numa cidade de “mil sóis resplandecentes” ou nas cidades que habitam no nosso coração.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Para onde vão os guarda-chuvas

Para onde vão os guarda-chuvas

êêêêê
Bem-vindos ao mundo encantado de Afonso Cruz. 

Encantado e tão deveras real. 
As suas palavras (ou em muitas alturas a sua ausência) descrevem sentimentos, relações humanas e magia. Pura magia. 
São palavras transportadoras-de-sonhos e, que nos levam a espiar as cenas povoadas pelas suas personagens. 
Um enredo fantástico. Um grafismo simples e, que acompanha a escrita. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Calor

Na ausência do frio, chegou-me o calor. Baforento, opressivo, irrequieto. Agitava as partículas do meu ser de tal forma que vos garanto ter gerado novas células por reprodução sexuada.
Era um calor dos ananases, de despir roupa e enxugar suor. De descobrir partes do meu corpo que libertavam água também.
Despimos tudo, voltando ao mundo de beleza pós-parto, com as marcas de bikini em anos consecutivos a esbranquiçarem as nossas zonas de pudor.
Sabendo-nos nus, sabemo-nos poderosamente livres.
E é só quando damos pela pele a queimar do frio de neve que nos sabemos tomados pela loucura da hipotermia e que nada nos poderá salvar do calor eterno do inferno.


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Eu de ti e tu de mim

Qual foi o momento em que nos soube nossos? Eu de ti e tu de mim? Aquele momento em que soube que eras uma extensão de mim, um complemento indespensável de mim.

Foste muleta quando não podia caminhar, proteção quando ainda tropeçava a andar no passeio, cozinheiro/temperador-de-comida quando ainda não me sentia com forças para tal. Foste paciente, tu és paciente, para me ver superar a mim mesma. Tens um orgulho em mim que me transcende.

És o chá quente quando a febre me assoma a garganta, o condutor quando estou cansada. És o abraço quando só me apetece chorar (mesmo quando não quero ser abraçada). És uma das melhores partes de mim, meu amor.

E amar-te apenas me faz amar-te mais. Estar contigo só me faz querer estar mais tempo contigo.

E talvez um dos momentos que me faz diariamente ter a certeza, é aquele em que me despeço de ti e tu de mim, me afasto lentamente e, a meio do caminho, num quasi-sincrono, olhamos ambos para trás, para um olhar de amor. "Muito" vejo desenhar-te nos teus lábios. Muito.

domingo, 1 de novembro de 2015

Mousse de Chocolate com Pera Abacate e Banana

Hoje em dia surge uma preocupação com o comer bem e saudável e, fazê-lo com receitas simples e rápidas.
Na 6ª-feira enquanto davamo-nos dois dedos de conversa com uma empregada de restaurante particularmente simpática, onde elogiávamos a sua ementa com inúmeras alternativas vegetarianas, foi-nos sugerido uma receita para uma mousse de chocolate vegan. Como ontem tivemos um jantar em casa de amigos, decidimos experimentar (com as nossas adaptações, claro!).

Ingredientes:
  • 2 peras abacates maduras (escolhi Hass)
  • 1 ou 2 bananas
  • 6 colheres de sopa de cacau em pó
  • Mel a gosto
  • Amêndoas com pele 
Como adoçar um jantar?

  • Descascar as frutas e adicionar o cacau, o pó e algumas amêndoas esmagadas
  • Triturar com a varinha mágica ou robot de cozinha
  • Com o almofariz, esmague algumas amêndoas e pulverize por cima da mousse.
Caso queira um sabor menos forte a banana no resultado final, adicione pouca ou nenhuma.

Empadão de abóbora e lentinhas

Este prato é muito simples de preparar e muitíssimo delicioso.

Ingredientes:

  • Abóbora manteiga (bio) - 1 
  • Lentilhas verdes 
  • Tomate coração grande (bio) - 2
  • Cebola - 1 
  • Alho francês - 1 
  • Queijo da ilha ralado
  • Azeite qb
  • Feno Grego (Methi seeds) - 1 colher de chá
  • Sal grosso qb
  • Flor de sal com sementes de mostarda qb


Preparação:

  1. Demolhar as lentilhas durante 8 horas.
  2. Tostar o feno grego numa frigideira sem óleo e moer as sementes no almofariz
  3. Preparar um refogado com 1/2 cebola, 1 tomate pelado e acrescentar o feno grego. Deixar refogar e acrescentar as lentinhas. Tapar o tacho e esperar que as lentilhas fiquem suaves (~10min).
  4. Cortar a abóbora em rodelas, e cozer a vapor adicionando um pitada de sal.
  5. Preparar um refogado com alho francês e tomate pelado, para servir de molho.
  6. Num recipiente de forno, colocar em camadas:
    1. Abóbora cozida
    2. O refogado de tomate e alho francês
    3. Abóbora cozida
    4. As lentilhas
    5. Queijo ralado
  7. Levar ao forno e esperar que o queijo derreta.
  8. Servir com confiança de que estará delicioso :).

Feno grego (Fonte: ABC das ervas)
Feno grego(Fonte: http://www.miele.pt/domestico/abc-das-ervas-590.htm):
"O feno grego é um componente aromático de todas as misturas de caril. Quando moídas de fresco, as sementes duras, cúbicas e de cor ocre a bege, têm um aroma intenso, quente e idêntico ao caril. Originalmente oriundo da Pérsia e da família das leguminosas, o feno grego era já utilizado pelos antigos egípcios como especiaria e espalhou-se também pelo sudoeste asiático. Antes da sua utilização, o feno grego deve ser tostado numa frigideira sem óleo e durante pouco tempo e depois moído no almofariz."