quarta-feira, 23 de abril de 2014

A variação.

A maioria da agitação deriva de nós. Mexemo-nos com tanta força que o ar à nossa volta se revolta e rodopia. Por vezes cola-nos os cabelos na frente dos olhos, doutras enche os nossos pulmões de ar fresco. Também nos pode fazer tropeçar e cair. Ou trazer impurezas para os nossos olhos. Há tantas destas coisas que nos podem fazer chorar...

A nossa agitação torna-nos leves, mutáveis e resistentes. Uma árvore fustigada pelo vento sustenta melhor o peso dos anos. Inclina, mas resiste. Flexibiliza, e torna-se bom conviva.

A maior agitação deriva de nós, mas a nossa calmaria, a nossa certeza do porto seguro também chega e é nossa. Por vezes temos de navegar em mares turbulentos e outras de nos sentar a ver a chuva passar do conforto da nossa janela. Agitando e revoltando a vida. Recusando a inércia e vivendo ferozmente sabendo-nos vivos.

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