segunda-feira, 15 de junho de 2015

O murmúrio

Há quem oiça murmúrios a vida toda e nada lhes faça. A quem lhes conteste e recuse a sua opinião intrometida. Mas os murmúrios persistem... e quando não conseguem falar, sentem-se no corpo, no arrepio aquando ouvimos o murmúrio na boca de outro alguém ou no coração acelerante. O corpo fala-nos, de verdade, e os ouvidos também.
Nunca nos questionamos porque selecionamos o que ouvimos... porque há frequências que não esquecemos e conversas inteiras que perdemos...? Ouvimos o que nos interessa. Ouvimos a frequência certa que faz vibrar a nossa corda.
O meu murmúrio, aquele que me fala na boca dos outros e no corpo agitado, está a tornar-se frequente. Aparece quase todos os dias, na mente, na oração, na conversa diária. E deixei de saber se é murmúrio ou vontade que calo consciente.
Porque me convenço, muitas vezes, que há uma realidade e um sonho, e que estes não podem coexistir. Então sossego o murmúrio e digo-lhe, "para o ano", "depois daquela etapa". E, murmúrio esperto, manifesta-se para evitar a eventualidade e ganhar a certeza.

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