segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Calor

Na ausência do frio, chegou-me o calor. Baforento, opressivo, irrequieto. Agitava as partículas do meu ser de tal forma que vos garanto ter gerado novas células por reprodução sexuada.
Era um calor dos ananases, de despir roupa e enxugar suor. De descobrir partes do meu corpo que libertavam água também.
Despimos tudo, voltando ao mundo de beleza pós-parto, com as marcas de bikini em anos consecutivos a esbranquiçarem as nossas zonas de pudor.
Sabendo-nos nus, sabemo-nos poderosamente livres.
E é só quando damos pela pele a queimar do frio de neve que nos sabemos tomados pela loucura da hipotermia e que nada nos poderá salvar do calor eterno do inferno.


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